Fast-Friends

29 junho, 2009

Amigos virtuais, quem não tem? Eu tenho e já tive grandes companhias via teclado. Quem diria que algum dia isso seria tão comum? Se alguém cantasse essa pedra há uns... ham, 50 anos atrás, no mínimo ia ser considerado maluco ou pareciro do Ziza. Se pararmos pra pensar, é mesmo meio fantástica essa história de amizade cibernética. Nem tanto por podermos nos comunicar, mas pelo fato de passarmos também sentimentos via cabo. Pra muita gente ainda não faz o menor sentido ter afeto por alguém que nunca vimos ou tocamos... Mal sabem o quanto um pobre coração é vulnerável! Até mesmo letrinhas são capazes de fazê-lo cair nas armadilhas do amor e da afeição.

Porém, até onde isso é bom, seguro ou... 'maneiro'? Na minha opinião, amizade nunca faz mal, desde que saudável e sincera. Mas, como saber se alguém é sincero na internet? Meio difícil, mas não impossivel. A dica que sempre dou quando me perguntam é: "cozinhar" bastante um contato antes de ter maiores intimidades com ele. Não ter pressa e sempre analizar o que a outra pessoa diz é essencial, porque a maioria das pessoas que procuram vítimas na internet não gosta de esperar muito, vão logo direto ao ponto. Por isso, se você perceber que a amizade com um contato está avançando rápido demais, tome cuidado! Vale muito a perspicácia de cada um e até um certo sexto sentido. O mais importante é nunca se arriscar.

Voltando ao assunto SENTIMENTOS, está claro pra mim que eles não têm mesmo fronteiras. Eu já amei pela internet e tenho certeza que muita gente também. Acho que, sabendo administar bem essa ferramenta, é possivel encontar aquele par perfeito que você, lá no fundo, sabe que anda por aí. Isto porque aqui não nos dividimos por cidades, países e etnias, mas por afinidades. Acho que por isso é tão atraente, pela possibilidade de realmente conversar com alguém que tenha tudo a ver com o que pensamos, com o que gostamos ou fazemos. Não que isso substitua a emoção de fazer uma nova amizade ao modo tradicional, mas vejo como uma facilidde a mais que a tecnologia nos rouxe. Enfim, pode-se dizer que estamos na era dos fast-friends.

Hope?

21 junho, 2009

Eu ando meio perdida por aí, nem tenho postado muito aqui (com certeza é um problema). Já estou cansada de falar de minhas dificuldades, a minha vida não tem sido das mais doces... Pra piorar ontem fui ao médico e errei o horário em mais de uma hora depois de ter esperado um mês inteiro por essa consulta. Estou pensando em procurar o CAPS daqui da cidade, mas (admito) não tenho coragem ainda... Tenho vergonha de precisar dessas coisas. Além do mais, a cada médico novo eu perco mais a esperança, eu não consigo expor as coisas como eu realmente as sinto. Às vezes eu tenho muito medo... Medo de que? Do futuro, principalmente. Será que eu vou ser uma fracassada pra sempre? Já não estou mais aguentando ir à faculdade... Não sei o que vai ser de mim.

'E a minha reputação, onde fica?'

14 junho, 2009

R E P U T A Ç Ã O. Chega a ser descabida a importância dada a essa palavrinha. A cada minuto alguém perde um fio de felicidade para não feri-la. Oportunidades, desejos, CRIATIVIDADE. Quanta coisa desperdiçada! É como trocar ouro por lixo, sinceridade por hipocrisia. Sei lá, se estou sendo dramática, mas acho que a liberdade é tão mais... livre! Imaginemos um mundo onde as pessoas se deixassem ser como são e não ligassem para os possíveis olhares de reprovação. Perfeito? Não, colorido. "O diferente é lindo".

Bom, devo lembrar que existem certos seres que vivem para, pela e da aparência. Talvez para essas pessoas valha a pena abrir mão da liberdade... Vazio por vazio, fica-se com ele mesmo! Mas apesar desse tipo ser mais comum do que imaginamos, prefiro exclui-lo da minha dissertação.

Quero falar da reputação como a vejo: Uma corrente. Daquelas de desenho animado com uma bola no final. Uma boa metáfora, não? Carregar máscaras me parece um fardo bem pesado. E o tal do "o que vão pensar de mim" então? Nada mais cruel! Quem nunca viveu esse dilema? Até a Xuxa ou sei lá... Bin Laden! Na verdade pensamos nisso o tempo todo. Até eu escrevendo esse texto estou pensando nisso: "Eu escrevo bem?". É como um vício. Ninguém sai ileso. Seria hipocrisia minha dizer o contrário. Só que... não sei, me parece meio irônico: No fundo ninguém está nem aí pra ninguém mesmo! Nós mesmos não nos importamos com os outros tanto quanto nos importamos com o que os outros pensam de nós. Porque então ficamos tão presos à nossa imagem perante a sociedade? Freud explica?

Nem eu. Só sei que (acho) é bem melhor ouvir o coração e ser fiel a nós mesmos. Afinal, ninguém merece mais consideração nesse mundo. No fundo nós somos os nossos melhores críticos, pois somente nós sabemos o que sentimos, por quais experiências passamos e porque, afinal, tomamos certas atitudes. Literalmente sentimos na pele o peso das nossas escolhas e consequências. Somos os únicos capazes de ser justos com nós mesmos. "O que eu penso de mim?", afinal, é bem mais coerente do que parece.

INsociável

07 junho, 2009
Eu já devo ter dito isso aqui e com certeza vou repetir mais n vezes... Mas é verdade: eu odeio falar de coisas mórbidas e tristes aqui. Eu gostaria de esbanjar felicidade, opinar sobre algo polêmico, escrever coisas engraçadas e interessantes. Sério!

Uma vez eu li uma fábula sobre bolos de esterco, vasos de flores e presentes. A moral era: "A gente pode dar o que tem".

Hoje meu coração está oco. No trajeto de ônibus do aniversário em que eu estava até em casa, eu estive pensando no incômodo que será levantar mais um dia amanhã. Acho que eu queria que o tempo parasse pra sempre enquanto eu estivesse dormindo. No fundo é assim que eu me sinto: congelada. É engraçado, como se eu não fizesse parte de tudo. Como se eu fosse um tipo de atriz coadjuvante que não faz a menor falta pro andamento perfeito da peça. Você não faz ideia de como é ruim se sentir assim! Eu já deveria ter me acostumado, porque é um sentimento bem persistente, já me acompanha faz tempo. Mas não. Dói mais a cada dia.

Na faculdade, as coisas não tem sido diferentes, eu fico sempre à parte, porém prestando atenção a tudo e morrendo de inveja: eles têm uns aos outros, mesmo que superficialmente. Eu nunca tenho ninguém, sou sempre diferente como uma peça de quebra-cabeça que não se encaixa em nenhuma parte da figura. Não sei se as pessoas se dão conta disso, mesmo assim eu tenho muita vergonha, vivo sempre como se estivesse num beco-sem-saída, sempre me escondendo, tentando provar que sou normal, que não há nada de errado. Eu queria mesmo que não houvesse.

Loser

06 junho, 2009
Foi ontem. Fazia muito tempo que não sentia o sangue ferver nas veias. As lágrimas insistiam em molhar meu rosto. Meus olhos, vermelhos, só sabiam rever a cena e a humilhação em qualquer ponto da avenida que olhassem. A face desfigurada pelo choro tentava se esconder nas sombras de árvores no caminho: Eu não queria dar explicações.

1... 2... "Inspira... Calma!" 3... 4... "Vai passar, vai passar!" 5... "Já chega de chorar, chega!"

A dor da injustiça, a raiva! Porque as pessoas são assim, sempre fazendo eu me sentir desamparada e envergonhada? Os palavrões que eu devia ter dito, as frases que foram abafadas pelo calor do momento formavam uma rolha que parecia presa na minha garganta. Eu sempre achei que fosse reagir em momentos como esse. Eu sempre vi isso nos filmes. Mas eu fracassei, eu me deixei na mão. Aquela pessoa corajosa que apareceria quando fosse preciso nunca existiu dentro de mim. Sim, eu me sentia ridícula e medíocre. Eu gostaria de saber ferir, mas ao invés disso fui mais uma vez dominada e vencida pelas minhas próprias emoções.

Mundo à Parte

03 junho, 2009
Ah... O maravilhoso planeta virtual! A vida ao alcance do dedo indicador: amigos, escolhas, dinheiro e até amor. Podemos tudo aqui. Sim, tudo mesmo! Inclusive, é claro, ser o que e como quisermos. Tudo aquilo que não somos capazes de ser enquanto carne e osso está ao alcance de nossos personagens feitos de bits e palavras. Fingimos inconscientemente que queremos apenas nos retratar, mas, no fundo, construímos verdadeiros alter egos sempre que criamos um novo perfil na sociedade virtual da vez.

We Heart It


Muita gente critica esse tipo de comportamento, dizem que se trata de hipocrisia e até, segundo os mais exagerados, um tipo de falsidade ideológica. Pode até ser, mas é indiscutível a atração que este universo tem sobre nós, pobres mortais. Talvez por vivermos num mundo real sem graça nem encanto, talvez por sermos inseguros e despreparados demais para enfrentar as nossas próprias realidades. A verdade é que a Internet acaba sendo o passaporte para a terra do nunca de céu cor-de-rosa, onde é possível ter 1 000 000 de amigos, um nome escrito com ph e aquela pele que só o photoshop pode dar.

Quem não preferiria esse mundo mágico a viver na feiura da vida real, correndo riscos, se decepcionando e, o pior, sem um x no canto da tela que termine com tudo quando tudo começar a encher o saco?