Agora Sim!

12 março, 2011
Liberdade é ter força e humildade 
pra seguir o próprio destino.


Estava aqui pensando como tenho aprendido nesses últimos meses, parece até que voltei aos tempos de escola, à infância, quando uma coisa diferente é descoberta por dia, apenas com a utilidade de ser interessante e nova. Voltei a ser criança de um jeito que na verdade nunca fui: sem medo e com muita vontade de fazer amigos.

Muitas coisas que eu batia o pé pra defender, têm se dissolvido como açucar, dia após dia; agora não torço mais o nariz pro verso que diz "prefiro ser uma metamorfose ambulante". Porque é isso que eu tenho sido, graças a meu bom poder superior, Deus.

Descobri muitas coisas que não enxergava ou me recusava a entender e a praticar: como é bom pedir desculpas; pra que realmente serve o orgulho (pra nada); o que realmente significa ser livre.

Perdi o medo de olhar e entender meus defeitos e minhas fraquezas, e agora me sinto mais forte que o Popeye, capaz de tudo, pois agora sei que posso me ensinar a ser uma pessoa melhor praticando a força, a perseverança a humildade. Assim como se aprende matemática, é possível se habituar a sofrer menos e a machucar menos, exercitando as qualidades boas, principalmente o amor e a serenidade.

Acho que perdi alguma coisa, porque na vida não existe a escolha de abraçar tudo, algo se subtrai sempre. Ainda não contabilizei isso, mas sinto falta das minha histórias sem compromisso, elas não brotam mais com tanta frequência da minha nova mente. Centenas de descobertas por segundo não deixam muito espaço pra fantasias e divagações, nem tampouco consigo prender tudo isso em palavras. Não sei se aquele dom vai voltar um dia, talvez ele não me pertencesse afinal. Em contrapartida, eu estou feliz e cheia de coisas reais pra compartilhar, pequenos segredos, diga-se. Deixei um pouco o medo de falar de mim, acho que é isso. Meus personagens fictícios perderam sua utilidade e se foram... Sentirei saudades, mas não tristeza. Estou feliz, muito feliz, obrigada.
Definitivamente, textos programados não funcionam pra mim... Era pra entrar algo que escrevi na semana do carnaval hoje, mas eu sou tão de lua que tive que escrever outro... Meu blog deveria se chamar doce coração, porque é um espelho vivo das minhas 'arritmias' criativas... Ta aí, gostei! ;P

Transparente

06 março, 2011
"Desculpe, eu sou ruim com as palavras..."

Verdadeiramente, nunca disse essa frase, mas nem consigo contar quantas vezes ela surgiu na minha mente, traduzida por olhar patético, implorante que a pessoa tenha entendido o que eu tentei dizer.

Acontece que não nasci com supremo dom da comunicação, vim ao mundo pra criar, executar, construir... E que outro venda tudo isso!

O engraçado é que no tenho o menor problema em me comunicar normalmente, pedir um pão-de-queijo na padaria ou conversar sobre a coleção de primavera com o vendedor da loja de calçados; essas coisas faço com simpatia e até conquisto muitas amizades. Meu dilema começa quando preciso calcular palavras, limitar a espontaneidade, tomar cuidado pra não falar demais nem de menos.

Nem gosto de lembrar da minha curta carreira de atriz, feliz da vida e serelepe entre as coxias e o palco nos ensaios, mas duramente reprovada num teste para um filme por esquecer totalmente como se falava. Quanto a isso, posso pelo menos dizer que tentei contornar o problema... No teatro, fazia exercícios incansáveis para o 'bem falar' e me saía muito bem neles, era divertido! O que me faz pensar que meu 'probleminha' não está propriamente na fala, o que ocorre é que não sei dissimular, omitir. Quando tento, as frases tomam vida própria e parece que seu passatempo preferido é me deixar em saias justas.

Frequentemente, quando me meto a 'promotora', embolo palavras, dou voltas e mais voltas, sem, no entanto, chegar ao ponto principal. E, os esperados "o que?", devido à minha fala macarrônica são sempre um agravante à ansiedade e frustração frente a essa tão aparente limitação.

Quando mais nova, me culpava muito por ser assim, tentava mudar, ser menos 'transparente'. Hoje, ainda tento, mas já chego a pensar se o defeito é mesmo meu ou se as pessoas é que se acostumam rápido demais a ser desonestas umas com as outras. Se é estranho ouvir a verdade e ser espontâneo, acho que alguma coisa bem maior está fora de lugar... E arrisco a dizer que não é a minha língua!