Defendor

18 fevereiro, 2012
Estávamos procurando uma comédia para completar os filmes da promoção de carnaval (7 filmes por R$ 14) e meu namorado escolheu este, pois parecia ter a mesma temática do Kik-Ass, de um super-herói no mundo real.

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Bem, mas o filme não é um comédia, ou pelo menos não só isso. Defendor é a identidade secreta de Arthur, um homem de meia-idade com problemas mentais, o maior deles, sem-dúvida, a inocência; o personagem lembra muito Forrest Gump, com uma bondade sincera e idéias infantis e literais demais. Não é uma trama feliz, apesar de conter algumas cenas engraçadas, a história se passa num submundo repleto de prostituição, drogas e pessoas ruins de verdade, onde este peculiar super-herói –cujo logo do uniforme é feito com fita silver tape e as armas são bolinhas de gude e vespas– se mete com o objetivo fantasioso de vingar a morte de sua mãe, baseando sua coragem na própria falta de senso de realidade. Devo dizer que dá muita pena do Arthur, há cenas em que fica muito evidente como ele é patético, parecendo mesmo uma criança grande que chora e sorri bobamente. Impossível não simpatizar, torcer por ele e se emocionar com a sua simplicidade de pensamento, as lágrimas me vieram aos olhos algumas vezes.

É interessante observar que as pessoas 'do crime', cruéis e capazes de tudo por seu objetivos, são tão absurdas quanto o seu extremo oposto, representado pela piada do super-herói bem-intencionado, mas apenas este último e considerado louco. Tirar vidas e explorar pessoas é mais aceitável do que defender a vida, amar as pessoas e se arriscar por elas. É uma realidade a se pensar.

O Chamado

15 fevereiro, 2012
We Heart It

Há alguns dias atrás, eu achava mesmo que tudo que eu aspirava se resumia a uma vida tranquila, que incluia não muito mais que uma existência pacata, cuidando do jardim e confeccionando cortinas coloridas, na casinha própria dos sonhos. Porém, aconteceu que, num belo dia, eu tive um choque de realidade, ou talvez um choque de ilusão, e meu coração começou a se sentir oprimido em meio a esses desejos e à minha propria rotina. Percebi que o sonho cor-de-rosa talvez não seja o bastante para satisfazer os anseios da minha alma, meu coração tem gritado: eu quero mais!

Tenho medo desses sentimentos de pássaro engaiolado pois não aprecio a incerteza de certos caminhos nem sei se seria capaz de trilha-los. Gostava mais dos sonhos de antes, porque estes de agora me deixam sempre com a sensação inquietante de que meu destino corre longe, muito longe, num lugar que talvez eu não esteja preparada para ir. A vida parece cruel quando nos damos conta de que quase nunca somos consultados a respeito da nossa própria sina, mas esta é a lei divina da natureza e também do coração humano, quando nele existe a pureza e humildade de aceitar ser apenas parte de todas as coisas.