Platônica

27 dezembro, 2011
We Heart It


Em dias chuvosos como hoje, arde um pouco a saudade daqueles tempos em que a sua companhia iluminava meus dias e me fazia sonhar e sorrir como uma criança. Não sei se você um dia imaginou uma coisa dessas, mas sempre te considerei como um sonho de amiga. A nossa antiga afeição me lembra marshmallows cor de rosa e cheiro de livro novo, me animava, me inspirava. E eu me sinto tão piegas sentindo saudades assim que chega a doer. Queria que fosse como antes e poder te mandar um e-mail de natal contando que torci o pé e mal pude andar no momento do amigo secreto; queria rir denovo com você pelo MSN; queria ter tido a oportunidade de ter sido mais íntima e contar segredos. Às vezes as lágrimas chegam a comichar querendo saltar das maçãs do rosto. Não pense que eu não me sinto confusa com este sentimento tão estranho, pois sempre me julguei completamente capaz de dizer ao meu coração o que sentir e por quem. E juro que essa consideração latente, essa saudade tão doce são emoções totalmente desobedientes à minha vontade. Seu eu pudesse esqueceria e assim não precisaria mais te procurar e nem sentir a pontada macia do desdém que talvez você até destile sem querer, mas que dói como se fosse malvadamente de propósito. E é um pouco por isto que escrevo e me exponho dessa maneira, porque eu já sei que não tem mais volta e preciso exorcizar essa insistência em sentir falta de algo que já virou pó há muito tempo. Eu não deveria ter me apegado assim e mal me reconheço tendo esta espécie de estima platônica. Gosto das lembranças, mas não gosto da melancolia que elas trazem, então, se pudesse, embrulharia tudo junto e jogaria ao mar. Não sei se as palavras servem exatamente a esse propósito -talvez o contrário-, mas tentar não arranca pedaços, não é mesmo?  Não precisa se dar ao trabalho de tentar entender, nem isso eu espero mais... Se pudesse pedir algo, seria que saísse da minha vida como poeira mágica, da mesma forma que acabou o que existia entre nós. Não sei se você se importa, mas ajudaria muito.

Sem ressentimentos e com amor,
Sua antiga amiga.