Fim é fim.

16 fevereiro, 2011
"Como dizer a uma pessoa que ela não cabe mais na sua vida? Rápida, doce ou calmamente?
Talvez ele já saiba, talvez entre em choque, talvez me chinge ou beije meus pés em pranto. Essa última eu considero com uma meia careta, pois não sou chegada a humilhações... 

Tudo ficaria tão mais fácil se ele concordasse comigo, que as coisas não são mais como deveriam ser, e que, sim, é mesmo hora de terminar! Queria não ter que dizer que suas conversas me enfadam e que eu não sinto mais atração física por ele... Seria ótimo se homens fossem sensíveis ao ponto de reparar nesses 'detalhes.' E, se ele fosse maduro o bastante, nós até poderíamos continuar como amigos, dar as mãos e dizer que foi bom enquanto durou... Que sonho! Até parece que eu esqueci quem é meu namorado... certamente vai ser difícil e mais dramático possivel..."

–Já acordou, Maria? –Um homem de roupão entra no quarto com uma bandeja de café da manhã.

"Bandido! Ele já sabe que pretendo terminar... Agora vai tentar me chantagear com mimos. Mas de hoje não passa!"

–Como foi a noite? –Ele acomoda as bandeja na cama e passa manteiga  numa torradinha.

–Ahm... Foi boa. Esse iogurte é de que?

–Morango... Você não gosta, esqueci.

–Tudo bem, eu tomo café mesmo. –Ela percebe que o namorado para de comer e a encara, sério.– O que foi? A manteiga está ruim?

–Não, a manteiga está ótima... É só que... Eu tenho algo serio a dizer...

–O que é?

–Sabe, você é uma pessoa maravilhosa. Mas... As coisas não tem sido como deveriam ser... E eu sinto que te chateio com meus assuntos.

Ela fica paralisada com a xícara a meio caminho da boca: –M-mas...

–Bem, eu acho que deveríamos dar um tempo...

–Você está terminando comigo? –A voz saiu meio rouca.

–Bem... Sim. Acho que é a hora.

–O que?? Você tem outra por acaso??

–N-não! Achei que você entenderia...

–Entender o que? Que você tem outra e agora que me largar?! –Ela aumentou muito o tom da voz e começou a chorar.

–Eu não...

–Reginaldo, você é um canalha!

–Nós podemos ser amigos... Foi bom enquanto durou.

–Para com essa conversa mole, seu cachorro! –A essa altura o iogurte e todos os itens da bandeja já manchavam os lençóis. Maria, estérica, se preparava pra rasgar um travesseiro. Assustado e apenas com sua torrada mordida a salvo, ele se levanta para sair do quarto.

–Onde você vai?? Ligar para a vagaba e dizer que serviço está feito?

–Eu já disse que não tem ninguém! Você é louca... Eu vou embora.

–Não me deixe, por favor!!! –Ela correu e agarrou as pernas dele, chorando e gritando.

Só pra salientar que dar e receber um pé na bunda são situações dramáticamente distintas... Inspirado no tema da semana do Blorkutando.