À Seco

19 julho, 2010

A garota senta-se na beira do lago, espeta o espelho d’água com a ponta do dedão cor-de-rosa. Um frio percorre-lhe a espinha, afunda o pé inteiro e cria uma correnteza, sente alguns peixes escorregarem pela sola. Vê uma pequena flor amarela nascida na margem, toca-lhe as pétalas. ”Que lindo, não?”, ela pensa, no fundo tentando convencer-se. A verdade era que nada daquilo tinha a cor devida, nem mesmo azul do céu. O mundo parecia às vezes tão pálido e estático que ela mal tinha vontade de respirar. Sentiu ímpetos de chorar. “Seria bom”, pensou com o rosto seco e um sorriso amarelo espelhado nas águas agora turvas.

Eis que tenho perdido pouco a pouco a capacidade de chorar... Tem dias que me pareço um outono seco e fosco. Isso é triste, eu acho.

Obrigada pela companhia de todos :) Adoro ler meus blogs seguidos, vocês são muito sensíveis, sabiam? hahaha! Que patético ¬¬

Ótima primeira semana de férias! :*