Under the Bed

07 dezembro, 2009


O ruído ameaçador vinha de debaixo da cama. Tábata, assustada, se encolhia o mais que podia embaixo do edredom. “É só minha imaginação”, repetia para si mesma, tentado voltar a dormir. Já estava quase se convencendo quando sentiu seu cobertor deslizando e lhe descobrindo devagar. Arriscou segurá-lo, sem sucesso. Alguém o estava puxando! Cobriu a cabeça pateticamente com os braços e gritou. Chamou pela mãe, pelo pai, pelo cachorro. Ninguém respondeu. Um silêncio ameaçador invadiu o escuro, ela se sentiu numa cena horripilante de suspense e ficou esperando o mostro, ou qualquer coisa que fosse, consumar o ato de terror. Mas, nada aconteceu nos minutos seguintes.

O barulho de seus batimentos acelerados era ensurdecedor no quarto calado. Ela tentou pensar em algo lógico que explicasse o ‘fugimento’ do cobertor. Talvez ele só tivesse caído... Lembrou-se das muitas vezes que pensou ter visto e ouvido coisas inexistentes. “É só minha imaginação”, concluiu.

Com alguma coragem, a menina, assustada, foi se sentando no colchão, tentando não fazer barulho. Seus olhos, já acostumados com o escuro, não viram nada de anormal em torno da cama. O cobertor estava no chão. Com um certo alívio, mas cuidadosamente, ela se abaixou e estendeu o braço para pegá-lo. A mão, trêmula, tocou o algodão macio e já ia puxá-lo quando algo se agarrou no antebraço e puxou a garota violentamente. Ouviu-se um grito de horror e um baque de algo se chocando contra o chão. Depois, novamente o silêncio.