Dentro de Casa

05 dezembro, 2010
Capítulo II – A caixa


A vida tão inundada de cores e sabores parecia que estava a lhe pregar peças. Já se passaram mais de 15 anos e ela ainda revive as mesmas cenas. Sem querer, ela começa a sonhar acordada e as lembranças tomam conta de sua mente e de seu coração. Uma tristeza pequena e persistente passa a coexistir naquele banquinho simples. Recortada pelas frestas do assento, a caixinha amarela que trouxera repousa tranquilamente na grama como que à espera de seu destino.

Lança os olhos para longe das águas do lago, mantendo as pupilas encharcadas que insistem em vazar suas sensibilidades e emoções internas. Encara a caixinha amarela, como quem olha para um espelho – se vê. Riu-se da ironia, pois era ela a senhora do destino naquele dia.

Talvez não fosse tão certa quanto ao destino que a caixinha merecia. Olhou mais uma vez para os marrecos e sorriu.
Haveria de ter outras alternativas melhores do que as primeiras pensadas, talvez ela devesse esperar.

Um barulho macio de passos interrompeu as divagações e lágrimas, Nana se virou assustada, limpando rápido o rosto molhado. Pegou a caixinha instintivamente e apertou contra o peito, sentiu vontade de correr.
Segundo capítulo da minha parceria divertida com a Tati.
Beijos a todos e obrigada pelos coments, que estão cada vez melhores. Adoro a amizade das pessoas daqui, fico realmente feliz!