Desfoque Gaussiano

16 julho, 2009
Acho tão bonita a palavra lembrança... Parece sinonima de algo especial e importante. Me remete à fotos antigas, à sorrisos e emoções. Tem gente que guarda verdadeiros álbuns fotográficos na memória: Conheço pessoas que não esquecem detalhes de roupas, outras que se lembram de cada palavra dita numa ocasião especial. Eu não sou dessas! Esqueço de rostos, de nomes, de palavras... Minhas lembranças são como sonhos confusos.

Na minha cabeça só existem pedaços inacabados de cenas desfocadas e sem coerência, nada de detalhes, cores, fatos. Apenas um emaranhado de sentimentos que, quando provocados, vêm à tona trazendo um tipo de nostalgia confusa. É meio estranho de entender... Por exemplo, quando sinto cheiro de melancia, me lembro da minha infância, de quando eu era muito pequena. Isso me desperta certa saudade, mas nenhuma cena, nenhum rosto, nada específico vem à minha mente... Só um sentimento peculiar. É engraçado. Às vezes pareço meio vazia por não ter lembranças vivas, mas de certo modo eu gosto disso e me sinto muito ligada ao meu passado. São tantas coisas que me trazem emoções diferentes! Músicas, cheiros, algum bilhete velho... Não é como se lembrar do que comi ontem no almoço, é... mágico. E, de certa forma, meio triste, pois me dou conta do quão efêmera é a vida. Tudo passa! A vontade que dá é de se agarrar ao hoje com unhas e dentes pra não deixá-lo ir embora. Bate até um medo meio fantástico... Quem eu serei daqui há uns anos? Quem estará à minha volta? Coisas de gente maluca e sentimentalista como eu... Acho que não sou o tipo de pessoa que ri do passado, mas sou daquelas que ao lembrar, sorriem melancolicamente... Que chato!