Meu Pai

14 agosto, 2011


Meu pai nunca foi um pai clichê... Pelo menos ele nunca jogou futebol comigo!E ele nunca foi o tipo que se esforça ao máximo para ser cálido e doce. Talvez porque ele seja bastante como eu (ou eu como ele), meio seco, rabugento-fingido, porém com um coração enorme e bastante dificuldade em dizer não. Já cansou de prometer: ‘Não faço mais nada pra fulano... ’ Mas acabava fazendo quando precisavam dele. Esse é meu pai.

Meu pai não venceu na vida, mas com ele eu aprendi que é possível viver com pouco e hoje esse é um dos meus principais valores: simplicidade, que na verdade nós não escolhemos ter, mas no fim percebemos que  nos faz ser mais fortes a atentos às pequenas alegrias.

Meu pai não está sempre certo, nem é capaz de dar jeito em qualquer problema, mas o simples fato de estar perto dele, me faz pensar que tudo está em seu lugar e tem jeito... Ele me ensinou muito sobre o destino e as coisas 'maiores'.

Meu pai não tem curso superior, mas ele me ensinou a fazer um bom café, a respeitar os outros, a ter afinidade com as coisas da natureza, a replantar uma muda. Ele me ensinou a ter minha própria opinião e a gostar dos livros, me ensinou a ver as horas e a escolher boas cenouras... Esse é meu pai.

Meu pai é aquele pai que não dá bola pra datas comemorativas e a espécie de pessoa que a gente se sente meio patético dizendo ‘eu te amo’, porque em todos esses anos acho que eu aprendi com ele uma coisa meio por conta-própria: Que palavras às vezes enfeitam, mas o que importa mesmo são as ações.