Dentro de Casa

02 janeiro, 2011
Capítulo VI – O que ficou

Toda a calma e paz que aquele jardim transmitia, saiu caminhando atrás dos passos das duas meninas, tão jovens e tão fortes dentro de si mesmas.

A Sra. Que por sua vez, se encontrava sozinha e receosa pelo que encontraria dentro da caixinha amarela, limitou-se a se sentar no banco salpicado de rose e depois de vários segundos se passarem, criou coragem para abrir a caixinha – que talvez fosse o grande tesouro da filha que perdeu para si mesma.

Retirou a tampa devagar, sentido uma enorme tristeza. Ali dentro, encontrou algumas fotos envelhecidas, suas mãos tremiam quando pegou uma delas, onde um bebê bonito e loiro sorria.

Remexeu toda a caixa, observando com atenção cada detalhe das fotografias.
No fundo da caixa, encontrou um bilhete.
A caligrafia redonda e muito clara deixava as certezas do quanto fora difícil escrever aquele bilhete, todo manchado com algumas lágrimas.

Dizia simplesmente:

- Tive eu, que aprender a viver sem você, sem quase ninguém e eu mudei e me transformei de pequenina a muito alta e esguia e você não viu. Eu fui triste e feliz e você não soube. Queria que soubesse que amo esse lugar, acho-o o mais belo e calmo de todo canto por onde já estive e sinto que não tenha me desejado por perto. Mas eu já entendo, a vida é mesmo cheia disso, não existem sempre finais felizes.

Ainda releu o pequeno bilhetinho antes de recolocar tudo novamente dentro da caixinha amarela. Sentia-se terrivelmente triste e desapontada consigo mesma, mas conseguiu sorrir vendo a força, determinação da própria filha que abandonara. Por fim, limpou as lágrimas que lhe sujavam a pouca maquiagem que passara e voltou para a bonita casa onde morava, levando consigo o que, por fim, merecera.
Fim da história que inventei com a Tati.
Espero que tenham gostado, pois foi muito difícil bolar esse final... rsrsrsr!