
Ventava um pouco e as folhas e flores - mais flores que folhas - da colorida paineira se agitavam, fazendo um barulho que eu chamo ‘som da paz’. Algumas flores cor-de-rosa no chão formavam um delicado tapete meio murcho, meio vivo, meio escorregadio, mas com um cheiro bom... Cheiro de vida, de verde.
E eu estava ali, complementando o concreto e observando o lento derreter de um sorvete recém caído no asfalto, preocupada apenas com alguma saçurana cadente que pudesse me surpreender. O sol até que brilhava, mas a sombra fresca tornava aquele pedaço tão ameno...
Ouço sempre as pessoas dizerem o quanto a vida é difícil, e feia, e sofrida, mas às vezes eu insisto em pensar o contrário. "Ainda existem, paineiras!", eu argumento.